A educação religiosa das crianças pode gerar muitas dúvidas nos pais, seja qual for a religião e não é diferente na Doutrina Espírita. Qual é a importância da vivência espiritual na infância e juventude? Qual o momento certo de começar? Como abordar o tema com os filhos pequenos? Como conduzir o aprendizado? Essas são dúvidas comuns a muitos pais.
Na palestra de encerramento do 10º Congresso Espírita da FEAK, Armando Falconi, um dos fundadores da Instituição, tratou do tema e destacou, remetendo às palavras de Emmanuel, que se o Planeta Terra é escola, uma oficina de aprendizagem, o lar é a célula básica da sociedade para todas as faixas etárias e o Centro Espírita é a universidade do espírito. Nossa tarefa é acolher, consolar e esclarecer.
Da mesma forma que não é responsabilidade apenas da escola educar as crianças, também é responsabilidade dos pais a instrução espírita dos filhos. Para Falconi, ela não pode ficar a cargo somente do Departamento de Infância e Juventude (DIJ), que é o setor na FEAK popularmente conhecido como Mocidade Espírita Allan Kardec, e que tem por finalidade promover a transição da criança para a adolescência, garantindo a continuidade dos trabalhos de educação espírita e formação moral cristã; difundir o conhecimento espírita entre os jovens e fomentar o estudo do Espiritismo; estimular a participação do jovem em trabalhos de promoção social oferecidos pela Instituição, estimulando a consciência da necessidade e da importância do trabalho voluntário; contribuir para a evangelização dos jovens ligados às famílias assistidas pelo Departamento e Assistência e Promoção Social Espírita (DAPSE) da FEAK.
Mas quando começar? Falconi ensina as mulheres a conversarem com o filho que ainda vai vir, que ainda está no mundo espiritual. Ele aconselha que as famílias devem, além de ir no centro espírita nem que seja um dia só por semana, estudar Kardec pelo menos 30 minutos por dia, conversando numa linguagem que a criança consiga entender. “É necessário desenvolver valores éticos, morais e espirituais desde cedo”, afirma. Segundo Allan Kardec, “é pela educação, muito mais do que pela instrução, que vamos atingir o progresso moral”.
Segundo a Doutrina, os princípios educativos espíritas são: educação para transformação moral, educação para responsabilidade social, educação para autoconhecimento, amor e respeito ao próximo, responsabilidade e escolhas conscientes, exemplo praticado no dia a dia pelos pais. “Esse é o papel da educação espírita no equilíbrio emocional e psicológico”, reforça Falconi.
“O autoconhecimento e o desenvolvimento emocional são para todos nós. Devemos ensinar à criança e ao jovem a entenderem suas emoções e seus comportamentos a partir de uma perspectiva espiritual, reconhecendo o seu papel nas situações que enfrentam. E também devemos falar sobre a importância da autoestima, da prece e da vigilância dos pensamentos para o fortalecimento da mente e da paz interior. A educação espírita ensina a importância de superar adversidades, lidando com dificuldades e frustrações com serenidade. Lembrando, sempre, que os pais devem dar o exemplo aos filhos”, afirma Falconi.
Segundo Matheus Fernandes Fraga, um dos mentores espirituais da FEAK, “quem dá o pão dá a educação e quem dá a educação, dá a religião”.
Na Livraria da FEAK é possível encontrar vários livros que podem ajudar as famílias na educação espírita dos filhos: “O livrinho dos espíritos” (Laura Bergallo), “O Evangelhinho segundo o Espiritismo” (Laura Bergallo), “O Evangelho da meninada” (Eliseu Rigonatti), “Um desafio chamado família” (Joamar Zanolini Nazareth), “Nossos filhos são espíritos” (Hermínio C. Miranda), “Vereda familiar, pelo espírito Thereza de Brito” (Raul Teixeira), “Desafios da vida familiar, pelo espírito Camilo” (Raul Teixeira) e “Pequeno manual para o Culto do Evangelho no Lar”.